9 de março de 2007

PASSAGEM

Copyright© Flávio Andrade


No carro visceral estradas vagamente sorriam amena isqueiro, trago só.
Parecia impossível crescer assim.
O remoinho dignificava-se meticulosamente.
As palavras surripiavam três dedos de conversa.
No entanto, o silêncio anoitece com o motor de arranque constipado de tanto paladar.
Assim por si, soou o sino em si.
O casaco castanho de veludo lixiviante, parou no ponto 3,14.
A verdade luxúria pasmou ao décimo segundo degrau.
Volta e meia, meia volta, ali.
O que fazem os cágados no terraço cor de pardal?
O saco de alfabetos fugiu também.
É por ele que as alfaces murcham por cima do til.
E cós vão regalando a torbulência fatal.
O soro perpétuou cem, amanhã.
Está a chegar!
Ao pífaro só se pedem figos.
Os papéis arranha-céus carnalmente trincados lavavam-se.
Ao que a rosca se evaporou entre soluços.

Flávio Andrade

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